Destemido. Alguém poderia pensar: “Não tenho nenhuma preparação especial, como posso ir anunciar o Evangelho?”. Queridos ouvintes, o nosso medo não é muito diferente daquele de Jeremias, que acabamos de ouvir na leitura, quando foi chamado por Deus para ser profeta. «Ai, Senhor Deus! Bem, não sei falar, porque sou jovem." Deus também te diz o que disse a Jeremias: «Não tenhas medo [...], porque estou contigo para te proteger» (Jer. 1,7.8). Ele está conosco!
A última palavra: servir. O papa questionou o salmo responsorial da missa: “Cantai ao Senhor um cântico novo” (Sl 95,1). Qual é essa nova música? Não são palavras, não é uma melodia, mas é o canto da sua vida, é deixar a nossa vida se identificar com a de Jesus, é ter os seus sentimentos, os seus pensamentos, as suas ações. E a vida de Jesus é uma vida para os outros, a vida de Jesus é uma vida para os outros. É uma vida de serviço.
Três palavras: Vá, sem medo, servir.
Seguindo estas três palavras experimentamos que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé recebe mais alegria.
“Queridos jovens, quando regressarem às vossas casas – concluiu o Papa – não tenham medo de ser generosos com Cristo, de dar testemunho do seu Evangelho”.
O convite de Deus para caminhar pela primeira vez foi ouvido por Abraão, o pai da fé, o primeiro patriarca que entregou simbolicamente ao último patriarca, na verdade, São José, a última parte do caminho rumo à promessa do messias.
Em Belém, José entregou ao cartório o nome de Jesus, o Messias esperado.
Mas José começou imediatamente a traçar o itinerário de Jesus como peregrino do mundo e também o caminho de cada cristão. A fé cristã é dinamismo, movimento que marca a parábola da nossa vida de cristãos.
O anjo convida José a refugiar-se no Egito e com a sua jovem família embarca numa viagem para um país que não conhecia: o Egito.
No Evangelho de Mateus lemos: «Levanta-te, leva contigo o menino e sua mãe e foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, porque Herodes procura o menino para matá-lo».
A literatura apócrifa (como já dissemos outras vezes, é chamada de apócrifa, porque é escrita humana; enquanto a Bíblia é história sagrada escrita sob inspiração divina, os evangelhos apócrifos não têm inspiração divina, não são verdades infalíveis, mas uma tradição que surgiu ao lado da escrita inspirada pelo Espírito Santo, como que para preencher humanamente alguns detalhes ou curiosidades que surgiram da leitura do livro inspirado.)
Dizíamos que a literatura apócrifa enriqueceu a viagem ao Egito com muita imaginação, imaginando palmeiras dispostas a oferecer tâmaras de fácil acesso, que formavam uma sebe para proteger a sagrada família dos bandidos domesticados.
Devemos dizer que são numerosos os lugares que recordam a fuga da Sagrada Família para o Egito e a sua permanência nesses lugares.
Por exemplo, Heliópolis, cidade de onde veio a esposa do antigo José vendida pelos seus irmãos, recorda a estadia de José, Maria e do pequeno Jesus. Uma aldeia próxima venera a “árvore da Virgem” e uma fonte. A capital do Egito, Cairo, comemora a casa dos três exilados com uma igreja.
Não esqueçamos que para o evangelista Mateus Jesus é considerado o verdadeiro Moisés, o libertador.
O Beato João Paulo II, que em breve será proclamado Santo, na sua exortação apostólica sobre São José «Guardião do Redentor» escreve: «Como Israel percorreu o caminho do Êxodo desde a “condição de escravidão” para iniciar a antiga aliança no Sinai, assim José, depositário e cooperador do mistério providencial de Deus, salvaguarda também no exílio aquele que realiza a nova aliança» (n. 14).
Mesmo deste mistério José foi o ministro da salvação, salvando da morte a vida ameaçada do menino Jesus, como repetimos na oração dedicada a São José composta por Leão XIII. Toda a salvação da humanidade foi colocada naqueles momentos difíceis nas mãos de São José.
Quão importante é o homem, mesmo que seja apenas um, quando se faz instrumento dócil nas mãos de Deus. A Igreja vê neste fato singular, fruto da união entre a ação divina e humana, um motivo para contar com o patrocínio de Santo. José: “Portanto agora defendei a santa Igreja de Deus das armadilhas hostis e de toda adversidade”.
João Paulo II estava convencido de que “ainda hoje temos numerosos motivos para rezar da mesma maneira... ainda hoje temos motivos duradouros para recomendar cada pessoa a José”.
No episódio da fuga para o Egito emerge toda a realidade da encarnação. A fraqueza da carne, assumida pelo poder divino, exprime-se na renúncia às intervenções milagrosas, para confiar-se à custódia do homem, considerado suficiente por Deus, se obedecer à sua vontade e se deixar guiar por Ele. o que São José que com sua obediência e serviço se apresenta a toda a Igreja como modelo e protetor.
É a primeira vez que sentimos o belo presente que o Papa Francisco nos deu ao decretar a menção do nome de São José, ao lado do de Maria, em todas as celebrações eucarísticas. Todos os dias, em todo o mundo, em todas as comunidades eclesiais, o destino da Igreja e as nossas intenções são confiados às mãos de São José.
Temos uma nova fonte de graça.
No centro das nossas orações a São José estão todas as crianças e, em particular, aquelas que sofrem de doenças físicas e morais (causadas pela separação dos pais, abandono, violência).
A nossa oração quer ser, como sempre, o sopro do mundo: respirar os motivos de alegria dos acontecimentos felizes e suportar os sofrimentos, as dificuldades e as lágrimas dos pobres do mundo. Em particular, queremos confiar a São José o mundo dos jovens, dos jovens que procuram trabalho, daqueles que estão a fazer os exames de conclusão do ensino secundário.