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por Angelo Forti

Nas últimas décadas, a figura de São José tem aparecido no palco da devoção popular com grande destaque. Não podemos ignorar as características de São José que emergem das páginas da história evangélica e que fazem dele uma pessoa importante, um executor fiel e pontual dos desejos de Deus, disponível para destruir todos os sonhos e projetos humanos sobre o seu futuro noivo e esposo de Maria. 

Também a sua presença na vida da Igreja desempenhou sempre um papel humilde e silencioso ao serviço do bem comum. O reconhecimento das suas funções no plano da salvação sempre respeitou esta sua característica: ser designado com discrição para cargos secundários. O final do século passado e o início deste novo milénio caracterizaram-se pela redescoberta do protagonismo da figura de São José: foi reconhecido e apoiado exemplarmente na actividade da Igreja universal.

São João XXIII colocou a assembleia de bispos convocada para o Concílio Vaticano II sob a proteção de São José. Durante a sua viagem à Terra Santa, o Beato Paulo VI fez da casinha de Nazaré o lar para aquecer a nossa caridade e inspirar constantemente o estilo da nossa vida cristã. São João Paulo II dedicou-lhe uma Exortação Apostólica com o título: “Guardião do Redentor”. Bento XVI, que leva o nome de José desde o seu batismo, honrou-o de muitas maneiras. O Papa Francisco não só quis iniciar o seu pontificado na festa de São José, como também quis que o seu nome fosse invocado em todas as celebrações eucarísticas.

A história avança lentamente, as verdades evangélicas florescem e frutificam, não respeitando as estações dos homens, mas obedecendo às estações de Deus. Os antigos Padres da Igreja, que conviveram com as primeiras gerações cristãs, foram os primeiros e seguros intérpretes da mensagem evangélica. , enucleando o sentido das novas dobradiças sobre as quais se moveu a história trazida por Jesus Os dois primeiros capítulos do evangelho de Lucas e Mateus tiveram a tarefa de abrir a cortina da vida e da mensagem de Jesus com a intenção de abri-la ao nível universal. uma nova era da história humana.

Os Padres da Igreja em seus escritos investigaram uma história objetiva, avaliando o processo cultural e espiritual da população. Havia um mundo pagão em agonia e um mundo cristão nascente e uma nova história para descrever e decifrar.

Com o passar das gerações, a história objetiva também se combinou com a história subjetiva considerada arte. Uma representação aproximada que, embora baseada em realidades históricas concretas, não é interpretada e divulgada com critérios científicos, mas na asa das devoções, o povo descreve na veia das verdades objetivas, interpreta e implementa como reflexo das verdades evangélicas que são encarnado nas tradições populares. São verdades antigas interpretadas e implementadas em novas realidades sociais.

Mesmo toda a teologia de São José foi desenvolvida na plataforma do mundo judaico-palestino vivido por São José, para que a sua própria vida fosse iluminada tanto na fase anterior ao seu casamento com Maria como depois do casamento.

É indiscutível que a vida de São José está repleta de um sentido divino, original e único à sua pessoa depois da de Jesus e Maria. A matriz divina em São José encontra-se no fato de que Deus desde a eternidade registrou a aceitação plena, livre e responsável do plano divino.

«A Divina Providência escolheu um entre os infinitos planos da sua atividade em favor da humanidade e, como resultado da sua onipotência divina, dispôs-se de tal maneira que tudo contribui para o cumprimento deste plano».

O plano da Providência visava a vinda do Messias. Cristo torna-se o centro do universo e nele está a síntese de todo o plano de salvação.

Neste plano de preparação intervêm os Patriarcas e os Profetas que constroem os marcos de uma história de salvação. Nesta história secular, Deus escreve caminhos retos nas curvas da história humana. A cada curva, no novo panorama, os olhos vêem sempre o último dos patriarcas: José que registará na história da humanidade o nome de Jesus, “descendente do Rei David”. José marca o ápice do Antigo Testamento e abre a nova era de luz e salvação trazida por Jesus.

Na introdução da Exortação Apostólica “O Guardião do Redentor” São João Paulo II escreve: «Creio, de facto, que reconsiderar a participação do esposo de Maria neste sentido permitirá à Igreja, no seu caminho rumo ao futuro junto com toda a humanidade, a redescobrir continuamente a própria identidade neste plano redentor, que tem o seu fundamento no mistério da Encarnação.

Precisamente neste mistério José de Nazaré “participou” como nenhuma outra pessoa humana, com excepção de Maria, mãe do Verbo encarnado. Ele participou juntamente com ela, envolvido na realidade do mesmo evento salvífico, e foi o guardião do mesmo amor, por cujo poder o Pai eterno “nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por meio de Jesus Cristo” (Ef 1,5)”.

No Evangelho, Jesus afirma que o homem e a mulher de fé, através da reflexão e do estudo, sabem fazer emergir verdades conhecidas e escondidas das palavras reveladas. O devoto de São José sabe manter os pés no chão, na plataforma das verdades reveladas, e permite que floresçam em sua alma nobres sentimentos de admiração por aquilo que São José foi capaz de fazer com sua generosa adesão ao misterioso desígnio de Deus. 

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