Transmissão de rádio de outubro de 2012
Conhecer pessoas é sempre motivo de alegria, é um sopro de humanidade que renova as nossas próprias vidas, sobretudo, quando os motivos do encontro são nobres como este momento de espiritualidade na companhia de São José.
São José é o nosso companheiro de viagem, sobretudo agora, nas vésperas de um ano dedicado ao aprofundamento da nossa fé em Jesus, o Filho de Deus, que o próprio Deus confiou a São José para o introduzir na nossa existência humana.
Com estes luminosos sentimentos de alegria, quero falar “de coração a coração”, desejo saudar quem escuta com a alma alegre, mas também quem escuta com a alma perturbada pelas preocupações do trabalho, da família, das relações com os outros.
Saúdo aqueles cujas almas são brilhantes como um dia de sol e sobretudo aqueles que caminham na dúvida, na ansiedade, no erro.
Desejo olhar a todos nos olhos com o desejo de poder descobrir os sentimentos de bondade latentes no fundo da alma de cada pessoa.
Que São José tenha um sorriso para todos e uma carícia afetuosa no rosto dos enfermos e um tapinha no rosto das crianças e desperte em nossas almas sentimentos de confiança e confiança na misericórdia divina.
Com Santo Agostinho queremos rezar: «Alivia, Senhor, o nosso sofrimento ao procurar a tua face, permite-nos esperar ardentemente no teu reino de felicidade eterna, onde a juventude nunca envelhece, onde a beleza nunca se desfigura. Onde o amor nunca esfria, onde a vida nunca terá fim."
Dentro de poucos dias o Papa Bento nos convidará a cruzar o limiar da porta da fé. Assim como quando nos vestimos com boas roupas para visitar um lugar importante, nestes dias em que estamos às vésperas do 11 de outubro, início do Ano da Fé, queremos manter os olhos fixos na vida espiritual de São José para atravesse o limiar desta porta e entre num mundo de luz para descobrir e experimentar.
Paul Claudel disse que antes de abordar um tema importante sobre Deus, era necessário “inalar profundamente o incenso”, para que no diálogo com os outros o perfume do divino “se torne mais persuasivo e contagioso”, para que “do Deus escondido, do o Deus Silencioso nós, como pessoas, aprendemos a falar e de Deus aprendemos a calar”; aprenda a ouvir e aprenda a pronunciar, fale com palavras cheias de sabedoria com sabor de eternidade.
Este ano temos diante de nós outra oportunidade favorável para que a nossa fé possa enraizar-se profundamente nas nossas vidas e possamos levar uma vida cristã que seja satisfatória para nós e credível para os outros.
Disponhamo-nos de um ato de confiança: «Meu Deus, entrego-me a Ti. Todos os dias pego uma grande folha de papel, uma grande página em branco e no fundo, como se fosse uma assinatura, escrevo apenas uma palavra: Amém! Seguindo este Amém preliminar, todas as linhas do meu dia serão escritas. Este Amém antecipado removerá toda a amargura do dia da escrita e me sentirei vinculado à vontade de Deus que me conduz a pastos verdejantes.”
Na nossa experiência de fé, ser testemunhas credíveis permanece sempre como um programa de vida, fazendo eco à afirmação de Paulo VI quando disse que as pessoas hoje estão mais dispostas a acreditar nas testemunhas do que nos professores, melhor ainda se os professores e também com palavras testemunharem os seus fé também com obras. Esta fusão entre testemunho e palavra faz da sua vida um canto harmonioso entre a concretude da vida coerente e a fé professada.